No passado dia 30 de abril, teve lugar o 23º encontro do Observatório de Comunicação Interna. A “Transformação digital na Comunicação Interna” foi o grande tema deste fórum, onde os comunicadores internos foram convidados a conhecer as best practices da PT, Siemens e também da Atrevia relativamente ao tema. Moderado por Carla Ganito, Coordenadora da EPG/FCH, neste encontro falou-se sobre o impacto e a constante aceleração da era digital no ambiente interno da empresa, mostrando distintas realidades sobre o tema.

Atrevia

Pedro Ferraz, consultor digital da Atrevia, iniciou o encontro com uma caraterização e descrição dos nativos digitais, também chamados de millennials, indivíduos nascidos entre 1980 e 2000, que já constituem mais de um terço dos profissionais no ativo e que, em 2020 serão cerca de metade da força de trabalho a nível mundial. Depois de sabermos quem são, como se comportam e o que ambicionam, a apresentação incidiu no desafio que se impõem às empresas em saber lidar com este público, ter em conta a sua predisposição para a informalidade, necessidade de feedback constante e transparência, as suas ambições de progressão e as regalias que mais valorizam, de forma a conseguirem motivá-los e mantê-los emocionalmente ligados e dedicados às suas empresas. Segundo Pedro Ferraz, “uma boa estratégia de comunicação interna terá de saber incorporar estas vontades e navegar algumas tendências que vão definir diferentes esferas da comunicação empresarial nas próximas décadas, como a gamificação, as políticas de BYOD (Bring Your Own Device), os user generated contents e as redes sociais, entre outras, para fomentar o people engagement e ajudar a construir uma cultura e marca internas marcantes”.

PT

Hugo Carvalho Silva, Responsável pela Gestão e Desenvolvimento de Canais Digitais da PT, partilhou o esforço que a empresa tem vindo a fazer para a disponibilização e acesso à intranet por parte dos colaboradores em multi-plataforma, fugindo do tradicional desktop para outros dispositivos. Tendo como desafio transformar o paradigma da Intranet convencional, com o tradicional acesso a partir do computador, para um sistema de multi-plataforma, a PT lançou em 2014 uma aplicação interna – App é PT – , que conta hoje com 7500 instalações e com uma média de 500 sessões diárias. Esta aplicação tem tido uma grande interação por parte do público interno que se mostra cada vez mais recetivo à multiplicidade de novos devices, considerando-a como uma mais-valia não só ao nível da comunicação interna como também para a resolução de alguns processos internos que se tornam mais rápidos e eficazes. Hugo afirma que “todos os dias têm propostas por parte dos colaboradores para novas aplicações” e que muitas destas já estão a ser desenvolvidas e testadas. Sobre a sua experiência nestes encontros, Pedro encara-o como “a oportunidade mais eficaz e proveitosa para resolver problemas, encarar novos desafios e atingir objetivos. É na troca de ideias, de experiências, que encontramos formas diferentes de obter o sucesso nas nossas organizações, entre a nossa população. É resolver um problema de comunicação, através da comunicação. São encontros que devemos valorizar e apostar como uma forte componente da nossa vida profissional”.

Siemens

Para partilhar o que tem vindo a desenvolver nesta área, Ana Ribeiro, Responsável pela Comunicação Interna da Siemens, falou sobre a componente do desenvolvimento do digital aliado ao fator internacional, de forma a englobar os colaboradores dos países onde a empresa atua. “Como organizar a comunicação interna digital, sendo que interna significa em 200 países?” foi o tema deste painel, e cuja resposta incidiu nas redes sociais, neste caso, na Siemens Social Network, para além do canal interno de Youtube. Muito interessante para comunicar com colaboradores de outros países e continentes, esta rede social interna que a Siemens criou, permite uma troca de informação imediata, coerente e transversal a todos os colaboradores. Em Portugal, 25% dos colaboradores fazem parte da Siemens Social Network, plataforma que se estende depois em diversas dinamizações internas e que levam à participação dos funcionários, como o caso da campanha para os prémios IPAD “Seja um herói da sustentabilidade” ou o evento de procura de talentos “Siemens Got Talent”. Segundo Ana Ribeiro esta última ação “gerou uma taxa de satisfação interna de 93%” e é um “exemplo de que os casos de sucesso a nível interno podem ter repercussões externas” já que se tonou numa ação com algum mediatismo nos media.